| — | Carlos Drummond de Andrade. |
Nas Margens de Mim
sábado, 5 de janeiro de 2013
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“O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida. O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido?” “Não, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava”
Belo dia de solidão
“E mais uma vez a lua se pôs a esconder
E o sol brilhando no céu azul quis aparecer
Como em um dia tão lindo como este,
Eu possa estar querendo desaparecer?”
E o sol brilhando no céu azul quis aparecer
Como em um dia tão lindo como este,
Eu possa estar querendo desaparecer?”
| — | Bruna Vilas Boas |
Nem sempre escrever é a melhor saída.
“De que me adianta escrever essas poucas linhas sobre você se nunca as lerá? As vezes fico pensando, se realmente vale a pena. Dizem por ai que escrevendo você se esvazia, se sente melhor, ou á algo muito errado comigo ou andam mentindo por ai. Eu sinto tudo após terminar um texto, menos o que eu realmente queria sentir, leveza. A cada textos escrito arranco um pedaço teu de mim e isso me dói, me dói mais que um joelho ralado, mais que um injeção no bumbum. É como se cada parte de mim não o quisesse fora, por mais que eu diga ao contrario. Eu não sei o que se acontece mais comigo, desde que apareceste em minha vida ela se tornou uma bagunça sem fim, eu só queria ficar bem de novo, soltar aquela gargalhada seguida de um sorriso sincero, mas como proceder com isso se sempre que tento lhe arrancar de mim a dor piora? Por que amar tinha que ser tão complicado.”
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Bruna Vilas Boas
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domingo, 11 de novembro de 2012
“A vida dos livros é vária como a dos homens. Uns morrem de vinte, outros de cinqüenta, outros de cem anos, ou de noventa e nove. Muitos há que, passado o século, caem nas bibliotecas, onde a curiosidade os vai ver, e donde podem sair em parte para a história, em parte para os florilégios. Ora, esse prolongamento da vida, curto ou longo, é um pequeno retalho de glória. A imortalidade é que é de poucos.”
| — | Machado de Assis |
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